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Dissertação é um trabalho baseado em estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de ideias sobre um determinado tema. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um raciocínio, desenvolver argumentos que fundamentem posições. É polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de causa e consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é apresentar um texto com organização lógica das idéias. Basicamente um texto em que o autor mostra as suas ideias.

Considerações Gerais[]

A dissertação, geralmente, é feita em final de curso de pós-graduação, stricto sensu (mestrado), com a finalidade de treinar os estudantes no domínio do assunto abordado e como forma de iniciação a pesquisa mais ampla. Nesse caso, é produção de aproximadamente 100 páginas, podendo variar um pouco o número. É o trabalho final dos cursos de mestrado, elaborado depois de cursados os respectivos créditos e feita a pesquisa correspondente; é desenvolvida sob assistência de um orientador acadêmico. É defendida publicamente perante bancas de três ou mais doutores.

Na dissertação para a obtenção do grau de mestre, além da revisão da literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa.

Dissertação científica, ou simplesmente exercitação, é o trabalho feito nos moldes da tese, com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatura.

A dissertação tem ainda finalidade didática, uma vez que constitui o grande treinamento para a tese propriamente dita.

Chama-se memória a dissertação sobre assunto científico, literário ou artístico, destinada a ser apresentada ao governo, a uma corporação ou academia.

Tipos de dissertação[]

A dissertação consiste na explanação ou discussão de conceitos ou ideias. Ela pode ser expositiva ou argumentativa. Em uma dissertação não se pode colocar a opinião própria.

Na dissertação expositiva, o autor apresenta uma ideia, uma doutrina e expõe o que ele ou outros pensam sobre o tema ou assunto. Geralmente faz a amplificação da ideia central, demonstrando sua natureza, antecedentes, causas próximas ou remotas, consequências ou exemplos.

Na dissertação argumentativa, o autor quer provar a veracidade ou falsidade de ideias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirige-se à sua inteligência através de argumentos, de provas evidentes, de testemunhas.

Se a dissertação é objetiva, o tratamento dado ao texto é impessoal, com argumentação lógica partindo de elementos gerais e indo para os particulares. Na dissertação subjetiva, o autor dirige-se não só à inteligência, mas também, de modo pessoal, aos sentimentos de quem ele pretende convencer. Além da emoção, às vezes há ironia, sarcasmo, ridículo.

São partes importantes da dissertação a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Exemplos de dissertação[]

Através de dois textos distintos, a dissertação pode ser exemplificada:

  • "A fim de aprender a finalidade e o sentido da vida, é preciso amar a vida por ela mesma, inteiramente; mergulhar, por assim dizer, no redemoinho da vida. Somente então apreender-se-á o sentido da vida, compreender-se-á para que se vive. A vida é algo que, ao contrário de tudo criado pelo homem, não necessita de teoria, quem aprende a prática da vida também assimila sua teoria".
Wilhelm Reich. A Revolução Sexual. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.

O texto expõe um ponto-de-vista (finalidade da vida é viver) sobre um assunto-tema (no caso, o sentido e a finalidade da vida). Além de apresentar um ponto-de-vista do autor, o texto faz também a defesa deste ponto-de-vista: onde ele defende os motivos que fundamentam a opinião de que a prática intensa de viver é que revela o sentido da vida.

  • "Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase possível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembrando-me agora com saudade da dor de escrever livros."
Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo.

Partes que compõem a dissertação[]

  • Introdução - deve ser breve e anunciar ao leitor o que será desenvolvido no texto, acompanhado da opinião.
  • Desenvolvimento - é o corpo do texto; aqui serão utilizadas as ideias propostas na introdução, defendendo o ponto-de-vista através de argumentos.
  • Conclusão - serve para finalizar o que foi exposto; deve ser breve e não pode conter nenhuma idéia nova e nenhum exemplo; trata-se de um resumo da dissertação como um todo. Ela pode ser feita de duas maneiras:
    • Síntese - resumo do que foi dito durante o texto.
    • Sugestão - proposta para que o problema discutido seja solucionado.

Ligações externas[]

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